Nintendo - 24/05/2015

Super Castlevania IV: o jogo que faz jus ao 'Super' do seu título


Monstros de obras famosas da ficção, cenários soturnos, uma linhagem de caçadores de vampiros e uma arma icônica que bane o mal na Terra. Receita mais do que boa para um jogo de ação no estilo plataforma. E em 1986, a Konami deu vida ao que viria a ser uma série de jogos que utilizam todos os itens acima citados e muito mais: Castlevania.
Os primeiros jogos da série renderam ótimos números de vendas e  grande aceitação por parte dos jogadores e da crítica. Com a era 16-bits em andamento, a Konami resolveu inserir um jogo da série, o chamado Super Castlevania IV, para Super Nintendo, em 1991.
Até então, a mecânica de sua série de plataforma ao estilo nefasto e 'gótico', digamos assim, era basicamente composta de um jogo side-scroller, onde o jogador assumia o papel de caçador de vampiros e abria caminho por entre as hordas de lacaios de Conde Drácula com seu chicote, o Vampire Killer. O nosso herói também contava com o auxílio de várias armas secundárias com efeitos diferentes. Em Castlevania III, também era possível escolher entre outros personagens com habilidades distintas, conforme o jogador progredia na aventura.
Já em "Super Castlevania IV", ojogador segue a história do primeiro título da série como um "remake", mas está longe de ser apenas uma cópia mal feita do original.

Chicotadas em 16-bits

De volta a história de Castlevania (1986): o jogador revive a saga de Simon Belmont, para derrotar Conde Drácula. O herói passa por várias áreas típicas de cenários de filmes de terror. São 11 níveis no total, e temos variadas localizações. O jogo não começa no castelo de Drácula, como em alguns jogos da franquia. Os Cemitérios profanados, florestas obscuras, aquedutos infestados e cavernas ameaçadoras são cenários dignos de se contemplar e desbravar, antes do nosso herói bater na porta do castelo do Conde.
Pode-se dizer, com pura certeza, que esses cenários ganharam um grande destaque no jogo. Por serem bastante detalhados (às vezes parecem vivos) e com a tecnologia do Mode 7 entrando no jogo, em algumas partes. A tecnologia fazia aquele efeito rotatório que o Super Nintendo tem de característico em certos jogos, só que adicionava mais brilho ao cenário obscuro.
Os inimigos do jogo continuam sendo os clássicos repaginados de sempre como múmias, morcegos, homens-peixe, esqueletos etc., mas aqui, os oponentes ganharam um visual gráfico impressionante. Isso mostra o quanto a equipe estava empenhada no serviço que lhes foi passado. Um dos trunfos por trás disso tudo são os bosses. Alguns com visuais bem intimidadores, movimentação, efeitos e golpes ótimos também.

Habilidades que deixam Indiana Jones no chinelo

Diferente do primeiro Castlevania,  que só tinha o chicote e e seus ataques horizontais em pé e agachado, neste jogo as armas secundárias consumiam corações como munição para serem utilizadas. "Super Castlevania IV" mostra que o controle sobre o personagem e a realização de seus movimentos é bem apurado e preciso.
Um exemplo glorioso disso é a possibilidade de desferir golpes de chicote em 8 direções diferentes, o que ajuda muito na estratégia. Se o jogador segurar o botão de ataque com o chicote, e manobrar o direcional para qualquer direção, ele será capaz de anular projéteis inimigos. Ação útil também para se livrar de inimigos mais fracos em posições desfavoráveis ao personagem.
As manobras com o chicote não param por aí: Simon também pode utilizá-lo para se pendurar em ganchos, chegar a áreas mais distantes e escapar das salas giratórias com espinhos.
No caso das armas secundárias, a mudança de comando para lançá-las é um avanço considerável e facilita bastante a vida do jogador. Antigamente para lançar estas armas secundárias, o jogador precisava apertar para cima no direcional, junto com o botão de ataque. Em Super Castlevania IV, a história é diferente: basta apenas apertar o botão R.
Não existia nada mais frustrante do que você tentar atacar um inimigo enquanto subia uma escada e acabar lançando a arma secundária, por engano. O jogador se tornava um alvo fácil para ataques hostis, o que culminava em uma morte boba.

Detalhes técnicos e observações

Castlevania para o NES era um jogo tenso e de certo modo difícil. Em parte por causa do desafio em si, mas por outro lado por causa do controle 'travado'. Em Super Castlevania IV porém, a Konami conseguiu aprimorar os pontos fortes da franquia e resolver certas mancadas anteriores.
Aqui, o controle é a palavra-chave. A cada chicotada desferida pelo personagem, você se sente realmente no controle do herói. Já a questão da dificuldade, podemos dizer que ela não é injusta. Até por que todo o progresso depende mais da habilidade do jogador, em prever ataques, padrões de movimento dos inimigos e cálculo de distância em saltos, do que somente a sorte de não esbarrar com um bicho que brota do nada, no meio da tela, e drena 1/4 da sua vida a cada golpe. A atenção é crucial, e se você decora padrões facilmente, você não terá problemas em finalizar este jogo.
A parte gráfica é um show a parte! Ela não decepciona praticamente em nada. As cores mais sóbrias do cenário, a disposição de elementos de background e a temática escolhida, tudo isso agrega um valor sombrio super válido para um título do calibre de Castlevania. Isso sem falar nos detalhes, muito bem produzidos e dispostos na tela.

A trilha sonora é de boa qualidade. As canções dão aquele tom fúnebre necessário para o jogador se sentir totalmente imerso no ambiente gerado pelo jogo. As músicas contém temas icônicos excelentes e que se encaixam perfeitamente em relação ao cenário apresentado. Os efeitos sonoros também são ótimos. Eles dão aquela sensação do jogador de 'acertar em cheio o inimigo' que aparece com frequência aqui, graças a esses elementos.

Resumidamente: Super Castlevania IV é um jogo obrigatório para os fãs da série. E para aqueles que não são fãs, mas que são adeptos ao gênero plataforma e ação é um prato cheio também. O jogo possui controles deliciosos, boa trilha sonora, visual único e uma experiência tenebrosa ao caminhar pelas hordas inimigas, em um terreno devastado e com figuras marcantes da cultura do terror fictício.
Posso até arriscar dizer que "Super Castlevania IV" é o remake que todos os remakes deveriam ser. E na minha humilde opinião, este clássico jogo da franquia para o console 16-bits da Nintendo leva o prêmio de melhor jogo da série Castlevania.
 

Revisão: Caio Gomes

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