Nintendo - 04/11/2013

[Retrô] [SNES] Castlevania: Dracula X


Saudações caros leitores, apareço aqui novamente para falar de mais um jogo de Super Nintendo, confesso que gostaria de variar um pouco, mas que culpa tenho se este é meu console preferido? Não gosto muito de falar de jogos relativamente conhecidos, entretanto, não me contive em contar as minhas decepções com este jogo.

Aos fãs, que me atirem paus e pedras... mas garanto que minha experiência empírica foi o bastante para tirar conclusões relativamente sólidas deste jogo. Sem mais delongas, vamos ao meu relato da minha primeira decepção da Konami no Super Nintendo.

Introdução

Akumajou Dracula X: Chi no Rondo foi lançado originalmente para PC Engine CD, em 1993, pela Konami, tornando-se o maior clássico do sistema em questão. Dois anos depois, a empresa fez uma adaptação para o Super Famicom chamada de Akumajou Dracula XX, sendo lançado um mês depois na América com o nome Castlevania: Dracula X e, no ano seguinte, na Europa, com o nome de Castlevania: Vampire's Kiss. Lançado quatro anos depois de Super Castlevania IV, percebe-se que, ao contrário deste, o jogo tentou aproximar-se mais da série clássica, sem ficar girando telas ou fazendo grandes efeitos, mantendo uma jogabilidade mais semelhante a de Castlevania III: Dracula's Curse.

Não sei se o jogo foi feito às pressas ou coisa do tipo, mas me pareceu que houve sim uma tentativa de fazer um trabalho muito bem feito para o SNES... que acabou pecando em alguns momentos, algumas delas, talvez, pela provável limitação do console (que era inferior a do PC Engine CD, principalmente na parte de áudio), outras por puro desleixo da Konami.

História

Como de praxe, ninguém melhor que o próprio jogo para explicar a história. Ao contrário da versão de PC Engine CD, que lhe dá uma bela animação gráfica, com uma narrativa em alemão e legenda em japonês (afinal, o jogo só foi lançado no Japão), a versão de Super Nintendo lhe joga um texto, com uma animação pouco caprichada (afinal, o SNES suportaria um design gráfico melhor desenhado), com uma música com pouquíssima expressão e pouco caprichada também. Primeiro ponto negativo para o jogo. Em todo caso, vamos à introdução em questão:

"Transilvânia.
A Idade Média...
Uma escuridão cobriu a terra, originando boatos sobre vampiros maléficos.

Até então, o povo da Transilvânia vivia pacificamente, com a certeza de que o famoso herói, Simon Belmont, havia selado o destino do Conde Drácula há centenas de anos.

Habitantes diabólicos, possuídos pelas trevas, conspiraram em ressuscitar o Rei do sangue... Drácula, agora renascido mais uma vez, planejou vingar o descendente da família daquele que o havia aprisionado... Richter Belmont.

O Príncipe das trevas violentamente acabou a cidade com seu exército diabólico. Ele sequestrou a namorada de Richter, Annet, e sua irmã, Maria. Aprisionou-as em seu abominável castelo, esperando que Richter venha salvá-las.

Richter, por um encargo de seu destino, se dirigiu ao castelo de Drácula com o lendário chicote ancestral, com a determinação de salvar seus entes queridos e a enviar Drácula à condenação eterna de uma vez por todas!
"


Basicamente, o Drácula demorou centenas de anos para voltar à vida... e quando voltou, decidiu sequestrar os entes queridos do descendente de Simon pra se vingar. Drácula, mizifi, se você não conseguiu derrotar o Simon, como imaginou que conseguiria derrotar o Richter com uma tática tão escrota dessas?

Sobre o jogo

É inevitável comparar a versão de Super Nintendo com a lançada para PC Engine CD, justamente pelo fato de se tratarem de um jogo que conta a mesma história, mas que são claramente diferentes em vários aspectos. O áudio, as fases, as opções de jogo, tudo ficou muitíssimo mais caprichado na primeira versão, a de PC Engine CD, mas vale salientar que o hardware do Super Nintendo é relativamente inferior, de forma que seria praticamente impossível fazer o mesmo jogo com todas as qualidades presentes anteriormente.

Até aí, estaria explicado porque [SNES] Castlevania: Dracula X é relativamente inferior a [PCECD] Akumajou Dracula X: Chi no Rondo, no entanto, como conhecedor do sistema em questão, pra mim ficou bem perceptível que a Konami fez algo às pressas, ainda que tivesse a intenção de fazer algo bem feito (ela manteve os 3 finais diferentes do jogo, por exemplo). Não houve consideração com o jogador, isso fica muitíssimo evidente com o final do jogo.



As cenas que aparecem durante o jogo (que na verdade, só aparecem na introdução e no final) são nada mais do que meia dúzia de imagens estáticas que tem um tempo de 2 segundos entre elas. O fato de não ser uma animação corrida eu até compreendo, iria requerer muito do Super Nintendo, a questão é que essa meia dúzia de imagens são mal feitas, foram desenhadas nas coxas (para um jogo de 1995) e, na animação do final, não há nenhum texto que as acompanha, ou seja, o final do jogo é simplesmente broxante, não há palavra que defina melhor o meu sentimento naquele final. Estamos falando de Castlevania, Super Castlevania IV, mesmo tendo vindo anos antes, tem uma consideração bem maior com o jogador.

Claro que o jogo não tem apenas pontos negativos. Há músicas (não todas) que ficaram bem caprichadas na versão de Super Nintendo e até que se assemelham com as originais. Além disso, a dificuldade do jogo também ficou com o selo Castlevania, em que eu, particularmente, achei mais difícil que o seu antecessor. O desafio que o jogo lhe proporciona é um dos mais difíceis que eu já enfrentei no Super Nintendo. Esse pra mim é, de fato, o ponto mais alto do jogo.



O jogo conta com 3 finais, da mesma forma que a versão original, ainda que sejam dados de forma diferentes entre uma versão e outra. Existem dois finais ruins e um bom, basicamente, depende se você salva as garotas ou não. As diferenças entre um final e outro não são lá muito significativas, afinal, eu fiz o final bom e estava parecendo mais que havia feito o final ruim, ou seja, pra mim não há final bom neste jogo.

Jogabilidade

A jogabilidade regrediu de Super Castlevania IV para Castlevania: Dracula X, pelo menos em partes. No primeiro jogo, você podia utilizar seu chicote para todas as direções (inclusive nas diagonais), além de você ter um controle muitíssimo melhor do seu pulo. O pulo, ah... o pulo do Richter... certamente é a coisa mais irritante de Dracula X... se você der um pulo mal calculado, é morte, pois você só tem duas intensidades de pulo e não é possível controlar o direcionamento do seu pulo (como já era possível até mesmo em Super Mario Bros. de NES, lançado 9 anos antes).

Uma questão que foi melhorada no jogo, foi a questão das escadas. Em Super Castlevania IV, não era possível pular enquanto você estivesse numa escada, já aqui é possível, o que, vocês podem ter certeza, ajuda pra caramba. No entanto, não é possível subir as escadas de costas, o que realmente fodástico. Outro ponto que também foi melhorado foi a questão da escolha das armas especiais, pois no seu antecessor, caso pegasse uma outra arma especial, não poderia pegar de volta a antiga, entretanto, você só precisava apertar um botão para utilizar essa arma, em Dracula X precisa usar dois (herança do PC Engine CD que originalmente só tem dois botões no controle). Além disso, você também pode soltar um poder especial com essa arma especial.


Como já foi dito lá em cima, a dificuldade desse jogo é relativamente alta. O jogo tem morcegos, medusas e lanceiros muitíssimos bem posicionados para lhe mandar para o limbo... e pra ajudar, Richter tem um pulo pior que o salto do Jumpman. Os chefes também não são nada fáceis, principalmente se você não tem o melhor equipamento.

Gráficos

Os gráficos são bem bonitos, principalmente a partir da terceira fase, como os templos de água na quinta fase (dado que você tenha salvo Maria), em que eu, particularmente, achei muito bem feito. As "animações", como já havia dito, foram horrivelmente feitas. As fases conseguem passar uma ambientação bem característica, não existem cenários muito parecidos entre si.



São detalhes como esse que me inclino a pensar que a Konami tentou sim fazer um jogo bem portado para o Super Nintendo, mas que, por uma questão de data provavelmente, acabou saindo às pressas. Basta ver as cenas e os créditos após derrotar o Drácula, depois de um jogo todo emocionante, você se depara com créditos muito simples (sem animações durante o mesmo ou algo do tipo), com uma música muito ruim e nem mesmo um "The End", quando os créditos acabam, o jogo simplesmente volta para a tela de título, sem adicional nenhum.

Um dos pontos mais positivos, graficamente falando, foi a tela de fases, em que achei mais bonita que a do seu antecessor e até mesmo do seu correspondente no PC Engine CD.

Trilha Sonora

A trilha sonora do jogo, num primeiro momento, pode parecer muito ruim, mas no decorrer do jogo, ela se mostra realmente surpreendente. Eu era um dos mais críticos com relação a trilha sonora deste jogo, até pegar para jogar mais a fundo, aquela música horrível da segunda fase foi a responsável pelo meu preconceito. Não deixe de conferir a seguir algumas músicas que selecionei.

Música que toca quando o mapa é mostrado.

Bloody Tears, uma das músicas mais famosas da série. (embora a versão de PC Engine CD seja bem superior #mimimi)

Opus 13, essa música toca na quinta fase alternativa.

Beginning, uma das músicas mais famosas da série, toca na penúltima fase - pra mim, a fase mais difícil de todas.

Den, a música que toca na última fase, antes do encontro com o Drácula.

Conclusão

Apesar de todas as críticas, Castlevania Dracula X é um bom jogo, embora tenha seus pontos baixos. Recomendo-o fortemente a todos que querem um bom desafio no Super Nintendo e não se importem com um final broxante... mas já lhe aviso para se prepararem para o "magnífico" pulo de Richter Belmont.


Até Maria ficou horrorizada com esse final!

Com seus 3 finais, o jogo tem uma premissa bastante interessante que acabou por deixar o jogador na mão no final do segundo tempo. Afinal, de que adianta você matar o Drácula, salvar o mundo e o jogo não lhe dar nem um final bom? Desse jeito, o Drácula volta e acaba com o mundo de uma vez.

Brincadeiras a parte, deixo bem claro que está é a minha opinião pessoal sobre o jogo. Eu, particularmente, gosto dele pelo incrível desafio que ele me proporcionou, mas seus pontos baixos ficaram bem evidentes pra mim, de forma que seria impossível falar sobre o mesmo sem deixá-los bem explícito. Em todo caso, não deixem de jogarem e tirarem suas próprias conclusões do jogo.



Até mais,
Lobim

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