Nintendo - 12/07/2016

Review: Monster Hunter Generations


A cada novo jogo de uma franquia, uma pergunta é levantada: o que está sendo acrescentado à série? Por mais que um game seja ótimo e agrade na maioria de seus aspectos, é preciso mostrar que a marca pode seguir em frente e se tornar algo melhor. Caso contrário, a tendência é de estagnação do jogo e perda de interesse dos jogadores.

Monster Hunter Generations é exatamente sobre isso: melhorar uma franquia. O jogo resgata os melhores elementos que a série conquistou nos últimos anos, e faz adições pontuais que tornam Generations uma experiência extremamente satisfatória para qualquer tipo de jogador.

De última geração
Existe uma interessante mistura de passado e presente em Generations. Os fãs de longa data da franquia ficarão bem satisfeitos com o retorno de mapas e monstros de jogos antigos, assim como várias referências que farão os amantes da série ficarem o tempo todo buscando na memória de onde aquilo é familiar.

Mas o jogo não é apenas uma caixinha de saudosismo – há bastante espaço para o novo também. Uma das principais novidades é o sistema dos Hunter Styles. Tratam-se de quatro estilos diferentes que podem ser atribuídos ao seu caçador (Guild, Striker, Aerial, Adept), alterando algumas de suas habilidades e o número de Hunter Arts (movimentos especiais) que podem ser usadas.

Juntando isso com o esquema de caça visto em Monster Hunter 4 Ultimate, temos a formação da jogabilidade mais rápida e envolvente da franquia. O Aerial Style, por exemplo, oferece acrobacias para que o jogador possa fazer ataques aéreos mais facilmente. Sem perceber, você se encontra dando cambalhotas enquanto enfrenta o grandão Tetsucabra. Como o nome do sistema sugere, cabe ao jogador escolher o seu estilo.



Acho que eu vi um gatinho
Os Palicoes (os famosos gatinhos da série) sempre foram um símbolo dentro de Monster Hunter. Agora, mais do que nunca, os felinos são essenciais dentro de Generations. Você pode contratar diferentes Palicoes para várias tarefas. Eles podem ajudar nas caçadas, realizar trocas de materiais e treinar, além dos gatos que cozinham ou do felino que pode levar alguns de seus itens de volta para o baú sem precisar sair da quest.

É então que entra uma das grandes novidades do jogo: o Prowler Mode. Nesse modo, você pode pela primeira vez usar um Palico como caçador. É um jeito mais simples de jogar, sendo que não há grandes diferenças entre as armas escolhidas ou sequer há a necessidade de escolher estilos e afins. É quase um jeito completamente novo de encarar Monster Hunter.

Você pode ter até dois Palicoes te acompanhando nas quests, mas tente não se distrair com a fofura deles

Isso tudo garante a Monster Hunter Generations uma cara única. Esse misto de um mundo de caçar monstros e fazer amizade com gatinhos faz com você vivencie um mundo muito próprio e único. Isso é algo que sempre esteve presente na série, mas que alcança o auge aqui.

Aproveite mais
Assim como o gatinho Transpurrter pode aliviar seu inventário durante as quests, existem outras novidades que facilitam a vida dos jogadores. Por exemplo, agora não é preciso ficar apertando seguidamente um botão para coletar em um ponto de recursos; basta apenas segurar o botão A e o personagem vai ficar coletando até esgotar o ponto.

Todos os monstros são grandes fontes de recursos – os melhores equipamentos exigem os maiores esforços

Talvez exista um questionamento natural aqui: isso não faz o jogo ser fácil? Afinal, dificuldade é um dos pontos mais atrativos de Monster Hunter. Mas não, isso não o torna fácil, mas faz com que a experiência de jogo fique mais proveitosa. Essas mudanças são exemplos de como é possível melhorar mecânicas já consolidadas de um jogo – pequenos gestos que de pouco em pouco fazem com que você aproveite mais o game.

Caçador de muitas horas
Monster Hunter sempre teve um esquema de progressão inteligente: você começa com quests e objetivos simples, onde a meta é ensinar cada elemento do jogo. Mas em Generations, isso é um pouco mais direto. Embora você precise crescer no ranking para receber quests mais difíceis, há um catálogo opcional de missões que ensinam as noções básicas do game. Assim, jogadores experientes podem pular as instruções e ir direto para a ação enquanto os mais novos podem escolher o seu ritmo. Ainda é um sistema um pouco lento, mas é outro sinal de uma melhora.

Você vai jogar Generations por muito tempo – mesmo. Por mais que você seja rápido nas caças e vá direto nas quests mais importantes, há uma imensidão de coisas para fazer. Pedidos de moradores dos vilarejos, DLCs e até a necessidade de criar novos equipamentos são elementos para te prender por muitas horas, isso sem contar o modo online.

Não se engane: o jogo fica cada vez mais difícil com o tempo

São 14 opções de armas, 4 estilos de caça e um catálogo enorme de armaduras para forjar. No final de contas, você se encontra em uma condição de liberdade, onde a decisão de como fazer uma quest é toda sua. Em uma única caçada, você pode escolher usar entre um martelo ou uma lança, optar por um set de armaduras inédito ou mesmo mudar para o Prowler Mode. É a satisfatória percepção de se sentir dentro do jogo – e de querer continuar dentro.

Vivendo o mundo
Em termos gráficos, o jogo não representa nenhum grande avanço para a franquia. Entretanto, Generations conta com efeitos muito mais impactantes e cartunescos. Isso garante mais fluência para as ações do jogo, e sem tirar identidade da série. Essa fluidez de movimentos torna tudo mais agradável aos olhos, além de mais imersivo à mente.

O Great Maccao será uma de suas primeiras presas em Generations

A trilha sonora é muito bem arquitetada. Entre o silêncio de uma missão mais tranquila e a emocionante composição de uma grande caçada, tudo trabalha a favor da criação de uma atmosfera especial. Até mesmo as músicas dos vilarejos influenciam nisso. Elas são de uma sonoridade incrível, podendo ser tocadas aos ouvidos sem cansar em um único instante.

E não há como negar que Generations sucede em formar a sensação de um mundo. As diferentes vilas e os vários personagens ajudam a passar a ideia de um grande mapa onde as pessoas têm suas vidas e seus problemas. Aliás, existe um ótimo humor nos diálogos dos coadjuvantes. Embora nenhuma conversa seja realmente necessária, vale a pena prestar atenção em cada palavra.

A melhor caça
Caçador experiente ou aprendiz de primeira viagem – não importa, Monster Hunter Generations é um jogo feito para ser aproveitado livremente. As imensas opções de como abordar sua aventura fazem com que o game seja de uma imersão e longevidade enormes. Claro, o jogo ainda pode parecer um pouquinho lento para começar, porém é um esquema muito mais intuitivo do que o visto anteriormente na série.

Passado, presente e futuro se unem para criar um dos melhores jogos do 3DS e ainda constatar a qualidade de uma franquia inteira. Generations só não é a versão definitiva de Monster Hunter pois ele prova que sempre há espaço para melhorar.

Se quiser um gostinho do game, é possível baixar uma demo na eShop do portátil. Vá e experimente por si só!

Vocês têm alguma dúvida sobre Monster Hunter Generations ou sobre nosso review? Deixe seu comentário!

Leia Também

Nintendo - 29/05/2020

Subarashow #40: Animal Crossing: New Horizons

O pessoal do Estação 64 discutiu o fenômeno que Animal Crossing: New Horizons criou dentro de um novo cenário mundial, analisaram as mecânicas do jogo e comentaram suas experiências (frustradas) como arquitetos de uma...

Leia Mais...

Nintendo - 29/05/2020

Nintendo a 3 #211: Futuro de Xenoblade e jogos baseados no Brasil

O pessoal do Estação 64 discutiu sobre a entrevista de um dos diretores de Xenoblade Chronicles Definitive Edition, a respeito dos proximos jogos da Monolith, e sobre os jogos baseados em cenários brasileiros. Acesse...

Leia Mais...