30 anos de Mario: A evolução dos pixels entre as gerações
Por Rui Celso
O ano de 1981 marcou o mercado com o primeiro arcade game da Nintendo. Batizado de Donkey Kong, surgiram dois dos personagens que viriam a se tornar duas das marcas mais vendidas da empresa. Um deles é o próprio Donkey Kong, que possui seu nome estampado no arcade. O outro, conhecido na época por Jumpman, viria a se tornar um dos ícones mais emblemáticos da história dos vídeo-games.
Segundo os livros: "Game Over" de David Sheffs de 1993 e "The Ultimate History of Video Games" de Steven L. Kent de 2001, Jumpman foi batizado com o nome de Mario em homenagem a um homem de negócios bem sucedido chamado Mario Segale.
De acordo com os livros, Segale foi o responsável por alugar um de seus galpões para a Nintendo montar seu quartel-general na América. Após uma discussão entre o então presidente, Minoru Arakawa e o Sr. Segale sobre o aluguel do local, o presidente decidiu batizar Jumpman com o nome de Mario. A Nintendo, no entanto, nunca confirmou a veracidade do caso.
Sr. Segale não gostava de aparecer publicamente, por isso, esta foto de 1952 é a única que existe na internet
Construindo Sprites
Saindo de sua origem e pulando para seu avanço gráfico, desde o lançamento do arcade game nos anos 80, Mario sofreu uma evolução que para a época, seria impossível de se imaginar.
Acompanhe com a gente como foi a trajetória de Mario na linha de evolução gráfica:
Donkey Kong (1981 - Arcade)
O primeiro arcade game da Nintendo viria a se tornar viral na década de 80. Com gráficos simples e coloridos. Jumpman fez a alegria dos jogadores ao pular barris para salvar Pauline, sua namorada que havia sido raptada por Donkey Kong.
Mario Bros. (1983 - Arcade)
Super Mario Bros. (1985 - NES)
Super Mario Bros. inaugurou o estilo plataforma em side-scrolling, se tornando referência para jogos que viriam a ser produzidos. Foi aqui que a Princess Toadstool (Peach) e King Koopa (Bowser) foram apresentados ao mundo.
Super Mario Land (1989 - Game Boy)
Evoluindo os pixels
Mario agora contava com a ajuda de Luigi, Toad e a Princess Toadstool, que podiam ser selecionados pelo jogador após o término de cada fase. Cada um deles possuía uma habilidade exclusiva.
Super Mario Bros. 3 (1990 - NES)
Modelando as gerações
Super Mario World (1991 - SNES)
Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars (1996 - SNES)
Evolução x Revolução
Super Mario 64 (1996 - N64)
Super Mario Sunshine (2002 - GameCube)
Renderizando a nova geração
O próximo arcade game da Nintendo viria a se chamar Mario Bros. Jumpman já havia sido batizado de Mario, e foi nele que Luigi, seu irmão, foi apresentado aos jogadores. Os sprites de Mario continuaram quase iguais aos vistos em 1981. A diferença estava nos detalhes de suas roupas e seus olhos, que não eram mais apenas dois pontos azuis.
Super Mario Bros. (1985 - NES)
Em sua nova aposta para os games, a Nintendo deixa de lado o arcade game e resolve se aventurar em seu console de mesa: o famoso NES. Mesmo com um hardware limitado (8-bits), o console processava Mario com maestria na tela da TV. No entanto, a paleta de cores era bem diferente das que foram vistas em 1981 e 1983: seu macacão era branco e a roupa de baixo possuía um tom amarronzado.
Super Mario Bros. inaugurou o estilo plataforma em side-scrolling, se tornando referência para jogos que viriam a ser produzidos. Foi aqui que a Princess Toadstool (Peach) e King Koopa (Bowser) foram apresentados ao mundo.
Super Mario Land (1989 - Game Boy)
Se não fosse a boxart e as referências dentro do jogo, as pessoas poderiam facilmente dizer que aquele era um homem qualquer em um macacão. A limitação do Game Boy não permitiu que Mario fosse reproduzido da mesma forma que nos arcades e console. A paleta de cores também era muito limitada, reproduzindo apenas tons de branco, preto e cinza.
Mario deixou de lado o Mushroom Kingdom e partiu para Sarasaland, local onde a princesa Daisy faria sua primeira aparição na série do encanador.
Evoluindo os pixels
Mario se desenvolveu nos anos 80, ganhando um novo design a cada jogo lançado, assim como uma nova paleta de cores para cada um deles. Mas foi a partir do fim dos anos 80 que Mario começou a receber suas cores definitivas.
Se a versão de Game Boy for considerada, o design de Mario ficou instável até o lançamento de Super Mario Land. No entanto, considerando as versões lançadas apenas para NES, em Super Mario Bros. 2 ele já possuía o padrão dos futuros jogos da série.
Super Mario Bros. 2 (1988 - NES)
Um ano antes do lançamento de Super Mario Land no Game Boy, Super Mario Bros.2 aportava no NES com novas mecânicas e gráficos. Uma melhora em suas cores e a volta da cor do uniforme tradicional marcaram presença. Além de uma melhora significativa no design de Mario, onde foi possível visualizar muito mais detalhes do que os vistos nos jogos anteriores.
Mario agora contava com a ajuda de Luigi, Toad e a Princess Toadstool, que podiam ser selecionados pelo jogador após o término de cada fase. Cada um deles possuía uma habilidade exclusiva.
Super Mario Bros. 3 (1990 - NES)
Ao contrário do que foi visto em Super Mario Bros. 2, sua continuação possui apenas Mario e Luigi como personagens jogáveis, sendo Luigi controlado pelo segundo jogador.
O design de Mario foi um pouco mais simplificado nessa versão. Um pouco mais "cheinho", os detalhes continuaram, com exceção de seus olhos, que voltaram a ser apenas um ponto preto. A paleta de cores também está mais escura, transformando o azul de seu macacão em um tom quase preto.
Dessa vez, novos itens foram adicionados ao inventário do encanador, como a Tanooki Suit, que garantia a habilidade de voo à Mario.
Modelando as gerações
Se no fim da década de 80 Mario havia finalmente ganhado formas mais definidas, foi a partir de 1991, com a chegada do SNES, que ele finalmente ganharia um novo rumo em seu design gráfico.
Super Mario World (1991 - SNES)
Mario evoluiu entre as gerações, e Super Mario World veio ao mundo para provar isso.
Os sprites de Mario estavam muito mais nítidos, sendo possível a percepção de pequenos detalhes que antes não conseguia-se enxergar. As cores vivas se destacavam no cenário. No entanto, o tom vermelho de seu uniforme tinha uma aparência rosada.
Foi aqui que Yoshi apareceu pela primeira vez na série, tornando-se a montaria oficial de Mario.
Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars (1996 - SNES)
Pela primeira vez, Mario entra no mundo dos RPGs pelas mãos da Squaresoft (atual Square Enix, caso nao saiba). Com uma mecânica muito diferente do que os fãs costumavam ver, a estreia de Mario nas batalhas por turno fez sucesso, mas não o suficiente para manter o SNES vivo.
Aqui, Mario se modelou de uma forma sem igual. Com um design formulado para o 2.5D, era como se o jogo tivesse sido feito com tinta óleo, dando assim um maior realismo ao produto final.
Em sua nova aventura, Mario contava com a ajuda de Peach, Bowser, Mallow e Geno. Além disso, era possível ter até três personagens ao mesmo tempo em batalha.
Evolução x Revolução
Na era 64-bits, Mario reinventou o gênero plataforma ao permitir que o jogador interagisse da melhor forma com o novo mundo proposto.
Super Mario Sunshine por sua vez, inovou com o fato de que, pela primeira vez, Mario necessitava de um equipamento para avançar no jogo. Na ilha Delfino, seu objetivo era limpar toda a sujeira do local para ganhar os Shines, que entraram no lugar das estrelas de Super Mario 64.
Super Mario 64 (1996 - N64)
A primeira aventura de Mario no mundo tridimensional aconteceu no Nintendo 64. A Nintendo proporcionou ao mundo um Mario super detalhado, com cores vibrantes, que saltavam aos olhos dos jogadores.
Com a nova fase, veio a nova jogabilidade. Era simples comandá-lo neste novo mundo, e graças aos novos recursos, Mario era capaz de realizar saltos mortais, saltos triplos, socos, chutes, entre outras ações.
Super Mario Sunshine (2002 - GameCube)
Com uma proposta diferente, Mario entra no mundo dos 128-bit com tudo! Suas novas vestimentas foram feitas especialmente para este jogo. Ao invés da roupa padrão que possui manga longa, um leve detalhe de manga curta foi implementado para entrar no clima de verão da ilha.
Mario deixou de ter um aspecto quadrado, como visto em Super Mario 64, e ganhou modelos mais definidos, capazes de fazer o jogador distinguir cada detalhe do personagem.
Renderizando a nova geração
Diferente das versões passadas, a partir do Nintendo Wii, Mario aderiu a um design definitivo.
Em Super Mario Galaxy, Mario revolucionou não somente em seus belos gráficos, mas também na forma de se jogar.
Com o Wii Remote, o jogador tinha em suas mãos, toda uma galáxia para explorar. Com a evolução gráfica e mecânica, Super Mario Galaxy se tornou um dos melhores jogos da geração Wii, graças a criatividade e imersão proporcionada.
Super Mario Galaxy 2 foi lançado alguns anos depois, utilizando da mesma mecânica empregada no primeiro game, porém, com uma qualidade superior.
Na geração Wii U, Super Mario 3D World mostrou o Mario finalmente em sua versão Full HD, impressionando os céticos que diziam que a Nintendo não seria capaz de proporcionar aqueles gráficos em sua TV.
Embora as versões em consoles tenham mostrado Mario em seu design definitivo, os portáteis também receberam Mario na atual versão, como Super Mario 3D Land e Super Smash Bros. for 3DS. No entanto, é nos consoles de mesa que Mario consegue provar o quanto evoluiu.
E você caro leitor, qual saga do bigodudo foi mais marcante para você?
Revisão: Caio Gomes