[Especial] Nintendo Direct é o futuro?
Por Angelo Mota
A Nintendo deixou a comunidade gamer em estado de grande agitação ao anunciar que este ano, ao contrário dos anteriores, não terá uma apresentação de grandes proporções na E3 (Electronic Entertainment Expo), maior feira de games das Américas.
O presidente da empresa, Satoru Iwata, deu uma declaração dizendo que a empresa realizará pequenos eventos focados nos distribuidores americanos.
Inicialmente todo mundo entrou em estado de alerta, imaginando o quanto isso pode prejudicar a empresa, uma vez que as outras grandes fabricantes de games deverão continuar com suas apresentações grandiosas. Mas será mesmo que isso é algo ruim?
Há algum tempo, a Nintendo vem promovendo o Nintendo Direct, pequenas apresentações em live stream para mostrar jogos, atualizações, acessórios. Não existe uma frequência para as apresentações acontecerem, elas são randômicas e respondem às necessidades da empresa de trazer algo novo ao jogador. O que começou de forma tímida e com poucas novidades, tomou uma proporção gigantesca este ano, quando a Nintendo fez um Direct especial para o 3DS, apresentando o Ano do Luigi. Jogos como Mario Golf World Tour, Mario & Luigi Dream Team, Donkey Kong Country Returns 3D e novidades de Luigi’s Mansion Dark Moon foram apresentados ao 3DS, incluindo datas de lançamento de jogos que ainda não tinham previsão até o momento, transformando esse Direct em uma “mini-E3”, devido a quantidade de novidades apresentadas. Não contente, uma segunda apresentação com o mesmo foco foi feita em um período de pouco menos de 3 meses, e mais uma vez repleta de revelações inesperadas, como Yoshi’s Island 3DS, Mario Party 3DS e até mesmo um novo jogo da série The Legend of Zelda para o portátil.
Isso acabou se proliferando, e embalados por essa onda, a Sony realizou uma conferência no começo do ano, e anunciou seu novo console, o PlayStation4, algo que muitos acreditavam estar guardado para a E3. E ontem, depois de muita especulação, a Microsoft anunciou um evento para o dia 21 de maio, onde irá apresentar também seu novo Xbox, um mês antes da grande feira.
Até ano passado, o anúncio de novas plataformas era apenas anunciado na E3, por ser um evento de grandes proporções e o momento certo para fazer essas revelações. Mas os conceitos estão mudando, e as empresas estão adaptando suas necessidades de trazer novidades às necessidades dos gamers te ter essas novidades a todo momento.
Com o Direct nós não precisamos esperar um ano inteiro até a próxima feira para vermos as novidades que a empresa criou, trazendo benefícios para as próprias empresas, pois é uma forma mais barata e prática de fazer seus anúncios, e benefícios incontáveis para os jogadores, que praticamente vêm recebendo novidades a cada 2 ou 3 meses.
Isso gera alguns questionamentos sobre o futuro das grandes (e pequenas) conferências de games.
Uma coisa pode ser apontada como fato: a Nintendo decidir não fazer uma grande apresentação na E3 está diretamente relacionado à existência do Nintendo Direct, porque em sua declaração Iwata falou que durante a própria E3 eles irão realizar “Directs” para o público japonês, apresentando as novidades voltadas ao território nipônico e também apresentações com as novidades para o público americano. De certa forma a Nintendo está desmembrando a E3 em mini “Nintendo Directs”, mostrando que ela tem sua própria forma de fazer as coisas.
During the E3 period, we will utilize our direct communication tools, such as Nintendo Direct, to deliver information to our Japanese audience, including those who are at this financial briefing, mainly focusing on the software that we are going to launch in Japan, and we will take the same approach outside Japan for the overseas fans as well.
-Nintendo President Satoru Iwata
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Deal with it! |
Com isso, o futuro das grandes feiras entra em discussão. Obviamente ainda é cedo para decretar a morte dessas apresentações, até porque apenas a Nintendo está mudando sua forma de agir. Mas com as outras empresas começando a se tornar adeptas das pequenas apresentações durante o decorrer do ano, e fazendo anúncios de grande porte, podemos nos perguntar: como isso irá afetar a E3 e até a própria GDC a longo prazo?
O que começou apenas com apresentações em stream acabou evoluindo para uma mini-conferência, pois nesse último Direct também aconteceu uma pequena coletiva onde os convidados puderam testar os novos jogos apresentados, assim como acontece na E3.
Ainda é cedo para fazer previsões, mas uma coisa é certa: O Nintendo Direct traz vantagens para ambos os lados e vem crescendo de forma exponencial, ganhando espaço e criando ramificações nas outras empresas de games. Esse pode ser o futuro do mercado gamer. E se assim for, perder uma grande conferência que acontece apenas uma vez por ano seria algo realmente ruim?