Nintendo - 03/11/2014

A bruxa está de volta: Bayonetta 2 chega com tudo no seu Wii U


Em 2009 todos ficaram encantados (ou não) com o jeito peculiar da protagonista intitulada Bayonetta. De lá para cá, o primeiro game gerou uma relação de amor e ódio: muitos idolatram a primeira aventura por sua originalidade, ao mesmo tempo tem aqueles que odeiam tudo aquilo que o game é elogiado. Independente da relação sentimental que o game de 2009 gerou, é inegável a qualidade e o status de Cult que o game alcançou, anos após seu lançamento. E quando os fãs já não tinham mais esperanças de que uma continuação fosse surgir, eis que a Nintendo surpreende a todos e anuncia, com exclusividade, Bayonetta 2 para o Wii U.
Continue lendo e descubra o nosso veredito sobre o mais recente exclusivo da Big N.

Bayonetta e sua conotação sexual
Total perda de tempo. Deixando todo o assunto fetichista e moralista que o game gerou em 2009 e que reacendeu em 2014 (e totalmente desnecessário em pleno século 21), Bayonetta está longe de se passar por uma mulher sexualizada. Num mundo em que protagonistas ainda passam comportamentos estereotipados e errôneos do papel masculino dentro da sociedade contemporânea, como o homem alfa, ou seja, aquele homem que tem seu "sex appeal" aflorado, mulherengo, ou seja: que sempre tem as mulheres aos seus pés, ou que todas elas o desejam, bonito e bem sucedido (vide o Dante da franquia Devil May Cry, que também é criação de Hideki Kamiya, a mente por trás de Bayonetta) é revoltante presenciar discursos pejorativos sobre o papel feminino em fazer algo semelhante. Nada mais justo, afinal, a mulher ainda luta por igualdade de gênero. Determinada, independente, sucedida, poderosa, totalmente à vontade e bem resolvida com sua libido, além de saber o que quer e o que deseja e expressar muito bem seus sentimentos, Bayonetta tem todos os valores que uma mulher, em pleno século 21, ainda luta por expressar, sem que haja nenhum tipo de discussão moral ou preconceituosa.
Caso queira discutir sobre o papel sexual feminino no mundo dos games, procure saber como foi a campanha de marketing do game Saints Row - The Third ou então, jogue Lollipop Chainsaw. Depois disso, faça um paralelo com Bayonetta 2. É, a conclusão será bem, bem diferente. 
Dito tudo acima, vamos ao que realmente importa: o game.


O ápice da evolução
Bayonetta 2 melhora tudo aquilo que o primeiro game acertou: sistema de combos, história e muita ação. No segundo game, os combos estão mais magníficos e fluídos do que nunca! Com diversas opções de armas, o jogador pode fazer diversas combinações e montar a melhor estratégia, tornando a ação do game recheada de muita diversão e qualidade.
Os controles respondem rápido e instantaneamente, tornando tudo muito intuitivo e eficiente. O jogador pode optar por dois tipos de controle: o tradicional, em que todo o gameplay está no apertar dos botões, ou então pelo Gamepad, em que os comandos estarão apenas no uso da caneta Stylus, o que facilita ainda mais o sistema de combos da nossa protagonista.
A história do game, está muito bem elaborada e convincente. Bayonetta tem uma motivação muito mais plausível para partir em sua jornada neste segundo game do que na sua aventura anterior. Ao explicar certas pontas soltas que ficaram no primeiro game e expandir ainda mais a mitologia (fantástica) que nos foi apresentada, a história se torna bem sucedida quando une passado, presente e futuro da franquia de forma surpreendente e brilhante, como pouco já se viu no mundo dos games atualmente. Com o ótimo (e equilibrado) sistema de combos e com um modo história impecável, Bayonetta 2 se torna o melhor game dentro do seu gênero e referência de qualidade para futuros games.


A (bem-vinda) variedade de combates e inimigos
Outra evolução incrível e agradável de Bayonetta 2: seus combates e diversidade de inimigos. As lutas, sem sombra de dúvidas, são o ponto mais alto da diversão proporcionada no game todo. Há combates aéreos, debaixo d'água, dentro um "mecha" e muito mais! Cada inimigo combatido ou cada chefão confrontado é sinônimo de ação frenética com muita adrenalina!



Com tanta variedade nos combates, tudo ficaria muito sem graça se os inimigos fossem repetitivos. O que (ainda bem!) não é o caso desta segunda aventura da bruxa mais carismática do mundo dos games. A variedade, a qualidade nos detalhes e a inteligência artificial nos inimigos estão perfeitas. Seja anjo ou demônio, cada inimigo possui sua estratégia específica para ser derrotado, exigindo a calma e a estratégia do jogador. O mesmo se aplica aos chefões, para derrotá-los, não basta apenas apertar os botões. Cada oponente tem uma personalidade diferente, e para conseguir a pontuação máxima de cada capítulo, o jogador deve usar todas as habilidades disponíveis que a protagonista possui para obter a vitória com louvor! 


Os (espetaculares) gráficos
Inimigos com níveis de detalhes impressionantes, batalhas de arrancar o fôlego e cenários magníficos. Não tem como imaginar tudo isso num console, sem uma capacidade de poder gráfico que faça jus ao que foi acima citado. E pode ficar tranquilo, Bayonetta 2 é o game mais bonito que uma Third-Party já produziu para o Wii U. Com o game rodando a 60 FPS, tudo acontece numa velocidade impressionante e sem nenhuma quebra de taxa no framerate!. O jogador pode ficar indeciso em prestar atenção nas sua batalhas ou no cenário que está em sua volta! Toda a beleza de Bayonetta, em gráficos HD de primeira qualidade.



Bayonetta em dose dupla
Os fãs da Big N, não tem do que reclamar. A Nintendo acerta em cheio ao presentar os proprietários do Wii U, com a primeira aventura de Bayonetta. O game ficou ainda melhor no atual console de mesa da empresa e muito mais divertido, por trazer diversos conteúdos extra.
Uma oportunidade de ouro para aqueles que não puderam jogar o game de 2009, que é considerado um dos melhores da sétima geração de consoles, por possuir tanta originalidade em sua história e uma riqueza de carisma em seus personagens. Será muito difícil não se apaixonar de uma vez por todas por esta bruxa tão querida do mundo dos games.


Conteúdo extra à vontade
10 horas são suficientes para completar o modo história de Bayonetta 2. Porém, engana-se aquele que pensa que o game não tem mais nada para fazer. A quantidade de colecionáveis é gigantesca: são roupas, acessórios, treasures, Golden LP's que liberam novas armas, stamps (não é fácil encontrar todos), diversas recompensas e muito mais. Para completar tudo acima citado leva quase o triplo de tempo, um grande desafio para os mais dedicados.
No game há também, os Bewitchments, que são uma série de desafios que devem ser completados ao longo do gameplay. Bem semelhante ao sistema de troféus existentes no PS3 ou dos achievements no XBox. Completar todos exigirá muita atenção e tempo do jogador.
O multiplayer, apesar de tímido, também está presente. Ele é bem útil para ajudar a completar o conteúdo extra. Ele consiste em um sistema co-op de batalhas e você deve apostar seus Halos (a moeda do jogo). Quanto maior for a aposta, maior será a dificuldade em derrotar os inimigos e maior será a recompensa também. Como se trata de uma batalha cooperativa, ganha a melhor recompensa aquele que derrotar mais inimigos ou então aquele que fizer mais pontos no ranking. Os recordes e recompensas obtidas auxiliam e muito, para completar todo o conteúdo no game. Mas prepare a sua paciência, ou então, tente fazer novos amigos que possuam o jogo, por que a espera por um parceiro pode ser muito longa e exaustiva.


Vida longa à Bayonetta!
Ótimas batalhas, sistema de combos eficiente, diversidade criativa de inimigos, espetáculo visual espetacular e ação frenética no game inteiro. Junte tudo isso aos diálogos bem humorados do game e pronto. Bayonetta 2 se torna imperdível! Mas não é apenas isso: o game melhora todos os elementos presentes da aventura anterior, e evolui e solidifica a franquia como referência de qualidade. Platinum Games, Sega e Nintendo: unidas estas empresas se tornam a santíssima trindade do universo dos games. Difícil (e longa, muito longa) será a espera por uma, mais do que desejada, continuação. Bayonetta 2 evidencia e enriquece o acervo do console com muita qualidade.
Se ainda havia alguma dúvida em comprar um Wii U, esta dúvida acabou.

Por que o game não é perfeito?

Porque, por mais qualidades que o game tenha, ele não é perfeito! Apesar de possuir gráficos que tornam as batalhas dos chefões um espetáculo à parte e deixar qualquer um com o queixo caído, o poder gráfico é tão incrível quanto, quanto aqueles na sétima geração. Há cutscenes que ocorrem (uma pequena, mas ainda visível) quebra de polígono! Problema que remete à sexta geração de consoles e  também àquela questão de que a Nintendo ainda prefere usufruir de tecnologias não tão novas assim em seus consoles, em prol da criatividade que a empresa proporciona.

Falando em criatividade, é muito legal jogar apenas pelo Gamepad usando a caneta Stylus, mas seria melhor ainda, se pudéssemos jogar nesse estilo e olhar para a TV em vez de olharmos apenas para a pequena tela do controle. Com o ritmo frenético das batalhas, olhar apenas pelo Gamepad pode atrapalhar a experiência final, e logo em seguida o jogador desiste da nova jogabilidade.
A canção Tomorrow Is Mine, tema principal de Bayonetta 2, é muito bonita e agradável de se ouvir. Mas não o game inteiro! A canção se repete exaustivamente por toda a campanha principal tornando a trilha sonora do game mais repetitiva, realmente uma pena.

É claro que tudo o que foi dito acima neste parágrafo não tira o prazer de se jogar o game em sua plenitude. Mas são fatores que tiram o nível de perfeição do título. Uma game imperfeito e mesmo assim: Imperdível.

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