[Eventos] Egames 2010
Por Mario Toledo
Para quem é desenvolvedor de jogos eletrônicos, deve ter ficado sabendo do eGames. O eGames é um concurso de desenvolvimento de jogos para equipes indies e underground, realizada pelo Centro Universitário Senac São Paulo.
O concurso traz a ideia de um desenvolvimento de um jogo em qualquer linguagem, que possa ser rodado em pc ou em consoles da ultima geração, tudo isso para incentivar o desenvolvimento de jogos eletrônicos brasileiros. Para saber mais sobre o eGames, clique aqui para acessar sua página.
Por um acaso, eu estudo no Senac, e além disto, o pessoal da Insolita Studios (estúdio onde trabalho atualmente) foram julgar os jogos. Logo, além da carona de graça, não tive aula, contando o eGames como uma palestra e como horas complementares, além do fato de ter conseguido esta matéria praticamente de mãos beijadas.
Eu, pessoalmente, já participei de campeonatos de desenvolvimento, além do próprio eGames de 2009. A competição é difícil, e muitos concorrentes de nível profissional comparecem, para conseguir os primeiros lugares, que valem, respectivamente, um Xbox 360, um Nintendo Wii e um Zeebo.
O que pude perceber, é que 80% dos jogos finalistas tinham a proposta de serem casuais, o que pode significar uma nova tendência de games. Grande parte dos mesmos foram desenvolvidos pela engine Unity, engine profissional de desenvolvimento de jogos.
Não é nem necessário falar o quão explêndido são as instalações do Senac. Não é só por que é minha faculdade, mas também porque seu centro de convenções faz com que qualquer outro lugar ao qual ocorresse o evento fosse menosprezado.
O público tinha livre acesso para assistir as apresentações. Infelizmente, é uma pena que a plateia tenha estado tão pequena. Ela era formada de amigos e familiares dos participantes, alunos de Tecnologia de Jogos do Senac, profissionais e professores da instituição, e apenas eu, representando ciências da computação.
Plateia do eGames 2010, formada de alunos, professores, profissionais e eu. |
O eGames recebeu mais de 35 jogos, dos quais apenas 5 foram classificados para a final, sendo estes:
- NeanderTosk
- Talbot's Odyssey
- Oniro
- Esfera Mestre
- Penumbra
Tive a oportunidade de assistir cada uma das apresentações, e posteriormente, conversar com os desenvolvedores de cada jogo. Acompanhem depois o vídeo para a matéria filmada.
NeanderTosk
Produzido por Caco Fiori e seu pai, NeanderTosk é um jogo de plataforma 3D muito inocente, onde o jogador controla um homem das cavernas chamado Tosk.
A namorada de Tosk, Toskina, é raptada por sua tribo rival, e agora Tosk deverá atravessar diversas fases e inimigos até encontrar Toskina.
O diferencial de NeanderTosk não está apenas em ser o único jogo completamente em 3D do eGames, mas sim no fato das fases serem muito diversificadas.
Enquanto o jogador atravessa a primeira fase derrotando dinossauros e gorilas (Tosk carrega um bastão de madeira para enfrentar os inimigos), em uma outra fase, Tosk encontra seu amigo, Ptero, para assim enfrentar os inimigos no céu.
O jogo também possui fases bônus, onde o jogador deve derrubar gorilas para uma maior pontuação.
O fato de Caco ter desenvolvido o jogo com o seu pai, atraiu a atenção de muitos, principalmente pelo fato de ser algo incomum.
O pai de Caco diz ter elaborado a história completa do game, além de ter dublado alguns efeitos sonoros do jogo. O mesmo também informa que o jogo foi inspirado em bons jogos do Super Nintendo, principalmente Donkey Kong, do qual podemos notar muita semelhança.
O pai de Caco diz ter elaborado a história completa do game, além de ter dublado alguns efeitos sonoros do jogo. O mesmo também informa que o jogo foi inspirado em bons jogos do Super Nintendo, principalmente Donkey Kong, do qual podemos notar muita semelhança.
Para saber mais sobre o jogo NeanderTosk, clique aqui para acessar o site, ou veja o gameplay abaixo:
Talbot's Odyssey
Talbot's Odyssey é um jogo de plataforma produzido por 3 amigos do studio MiniBoss. O jogo surpreende, e muito. A equipe não possui um programador, porém, utilizaram de uma engine que facilita o processo de criação do mesmo.
Para compensar a falta de um programador, o jogo possui uma arte 2D impressionante, chegando a ser belíssimo. Os designers Santo e Amora utilizam de um pixelart do qual não se vê mais hoje em dia, fazendo com que o game fique muito atraente.
No controle de um pequeno monstrinho em forma de bolinha chamado Talbot, você deve procurar pelos ingredientes para fazer a janta para seu chefe.
O mais legal do gameplay é que não existem inimigos em Talbot's Odyssey, mas sim muitos perigos para escapar. Para tal, a pequena bolinha tem a capacidade de voar e flutuar por alguns instantes.
Durante a evolução do jogador dentro das fases, é possível encontrar alguns vendedores, que permitem que o jogador compre habilidades para ajudar em seu progresso.
Talbot's Odyssey é um jogo de plataforma produzido por 3 amigos do studio MiniBoss. O jogo surpreende, e muito. A equipe não possui um programador, porém, utilizaram de uma engine que facilita o processo de criação do mesmo.
Para compensar a falta de um programador, o jogo possui uma arte 2D impressionante, chegando a ser belíssimo. Os designers Santo e Amora utilizam de um pixelart do qual não se vê mais hoje em dia, fazendo com que o game fique muito atraente.
No controle de um pequeno monstrinho em forma de bolinha chamado Talbot, você deve procurar pelos ingredientes para fazer a janta para seu chefe.
O mais legal do gameplay é que não existem inimigos em Talbot's Odyssey, mas sim muitos perigos para escapar. Para tal, a pequena bolinha tem a capacidade de voar e flutuar por alguns instantes.
Durante a evolução do jogador dentro das fases, é possível encontrar alguns vendedores, que permitem que o jogador compre habilidades para ajudar em seu progresso.
O grande diferencial em Talbot's Odyssey é sua trilha sonora. Produzido pelo terceiro integrante, Rafael Miranda, estudante de composição da FMU FIAM FAAM, Rafael fez a grande diferença da produção do jogo. A trilha sonora de Talbot's Odyssey se encaixa de forma espetacular dentro do mesmo. Conversando com Rafael, ele informa que quis preparar uma trilha orquestrada, que ao mesmo tempo, tivesse um tom profundo e que mostrasse o lado um pouco sombrio do jogo.
Para conhecer mais sobre o jogo ou sobre o studio MiniBoss, clique aqui para acessar o site, ou veja o making of do jogo abaixo:
Para conhecer mais sobre o jogo ou sobre o studio MiniBoss, clique aqui para acessar o site, ou veja o making of do jogo abaixo:
Oniro
Se você gosta de mitologia, ou já leu os livros de Percy Jackson, com certeza gostará da proposta de Oniro. Oniro é um jogo iniciado por Bruno Cicanci, bacharel em Ciências da Computação, como seu TCC do curso de pós-graduação em Produção e Programação do próprio Senac.
O jogo foi continuado assim que Bruno entrou para o Octopus Team, sendo assim, iniciando com o design do jogo, e toda sua ideologia.
Oniro é um jogo de plataforma 2D com detalhes 3D, além de pequenos shaders. Sua história e enredo têm base na mitologia grega, mas se passa em uma época atual, dentro do estado de São Paulo.
"O fato do jogo se passar em São Paulo é para prestigiar a cidade onde moramos", diz Bruno.
Muitas das fases são baseadas em pontos turísticos cidade, como a ponte Ayrton Senna, ou o Parque Ibirapuera. O próprio nome do personagem, Paulo, se dá pelo nome da cidade.
O jogo começa quando Paulo acorda no mundo dos sonhos, convocado por Morpheus, deus dos sonhos. Paulo agora deve percorrer por diversos estágios e encontrar as 12 relíquias sagradas, de cada deus do Olímpo. Quando encontrado a relíquia, Paulo tem a possibilidade de obter um poder sagrado dos deuses, o que pode ajudar com o prosseguimento nas fases.
As cores e estilos utilizados no jogo são cuidadosamente pensados para que o jogador assemelhe diversas coisas com a história, como o fato de quando Paulo tomar dano, ao invés de decrementar sua barra de energia, será decrementado sua barra de "esperança" (representado pela cor vede).
Além disto, é possível notar diversos elementos de luz e sombra, assemelhando a ideia de bem e mal.
Infelizmente, não existe nenhum material, foto ou vídeo referente ao jogo.
Esfera Mestre
O Webdesigner Rodrigo Pegorani desenvolveu o jogo chamado Brain Ball, adaptado como Esfera Mestre, para participar da competição.
O jogo se baseia em um quebra-cabeças, onde o jogador deve controlar uma esfera dentro de uma pequena arena, e achar o melhor caminho para coletar todas as energias, e ainda cair no teleporte da fase, que possibilita que o jogador mude de nível. Você pode comparar o jogo à quebra-cabeças existentes em versões de Pokémon, onde o jogador deve atravessar lugares com setas, indicando por onde ele será arrastado, e achar a saída deste pequeno labirinto.
A cada nível da Esfera Mestre, a dificuldade aumenta. Além da complexidade em achar uma maneira de sair, algumas vezes, o jogador pode escolher o caminho errado, e cair em algum campo que fará com que a esfera seja destruída.
Rodrigo comentou que levou de 2 a 3 meses desenvolvendo o jogo, com o tempo que sobrava após chegar do trabalho. O jogo foi desenvolvido com a engine Unity, e com certeza é o mais bem estruturado, assim pude notar pela apresentação de Rodrigo.
Rodrigo desenvolveu diversas modificações na engine para trabalhar com o jogo, além do desenvolvimento de um level editor próprio.
Fora outros pequenos recursos implementados, o jogo ainda possui um sistema de Ranking online, onde é possível submeter sua pontuação para uma página hospedada no servidor de Rodrigo.
Para saber mais sobre o jogo, clique aqui para acessar o site (é possível jogar uma demonstração do jogo). Para compensar a falta do vídeo, eu consegui tirar uma foto da apresentação:
O Webdesigner Rodrigo Pegorani desenvolveu o jogo chamado Brain Ball, adaptado como Esfera Mestre, para participar da competição.
O jogo se baseia em um quebra-cabeças, onde o jogador deve controlar uma esfera dentro de uma pequena arena, e achar o melhor caminho para coletar todas as energias, e ainda cair no teleporte da fase, que possibilita que o jogador mude de nível. Você pode comparar o jogo à quebra-cabeças existentes em versões de Pokémon, onde o jogador deve atravessar lugares com setas, indicando por onde ele será arrastado, e achar a saída deste pequeno labirinto.
A cada nível da Esfera Mestre, a dificuldade aumenta. Além da complexidade em achar uma maneira de sair, algumas vezes, o jogador pode escolher o caminho errado, e cair em algum campo que fará com que a esfera seja destruída.
Rodrigo comentou que levou de 2 a 3 meses desenvolvendo o jogo, com o tempo que sobrava após chegar do trabalho. O jogo foi desenvolvido com a engine Unity, e com certeza é o mais bem estruturado, assim pude notar pela apresentação de Rodrigo.
Rodrigo desenvolveu diversas modificações na engine para trabalhar com o jogo, além do desenvolvimento de um level editor próprio.
Fora outros pequenos recursos implementados, o jogo ainda possui um sistema de Ranking online, onde é possível submeter sua pontuação para uma página hospedada no servidor de Rodrigo.
Para saber mais sobre o jogo, clique aqui para acessar o site (é possível jogar uma demonstração do jogo). Para compensar a falta do vídeo, eu consegui tirar uma foto da apresentação:
Penumbra e o castelo das sombras
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Penumbra e o castelo das sombras se trata de um jogo de plataforma 2D side-scroller, onde o jogador comanda um personagem em forma de sombra, através de um castelo. Porém, a diferença é que o jogador só conseguirá enxergar onde existem luzes refletindo no local. Se o personagem não estiver ao ar livre, ou não estiver próximo de uma lâmpada, ele ainda poderá lançar uma magia em que será aceso um foco de luz, porém ficará impossibilitado de atacar. Caso não acenda a luz, poderá atacar livremente com sua espada de luz, mas em pontos cegos, sem enxergar.
Este tipo de gameplay fornece uma ação muito boa, e faz com que o jogador se atente bastante ao jogar o jogo. Ele ainda fornece um sistema básico de RPG, onde a cada inimigo derrotado, o jogador ganha experiência, podendo subir de nível, assim como em Castlevania, jogo em que Penumbra foi baseado, segundo André.
Um sistema excelente implantado por André foi o modo multijogador em cooperação. Dois jogadores devem jogar simultaneamente na mesma fase, um colaborando com o outro. André mostrou o ato na prática, quando um dos jogadores lançava uma magia para acender uma luz, e o outro derrotava os inimigos.
Também é possível jogar um PVP básico, onde os jogadores devem derrotar uns aos outros na arena.
A engine foi praticamente desenvolvida por André, a partir da linguagem C++, o que provavelmente deve ter dificultado a criação por sua complexidade em compilação, mas facilitado pelo uso das bibliotecas, e pela ligação dom o Direct3D.
Para saber mais sobre o game, clique aqui para acessar o site, ou veja o vídeo abaixo:
Após as apresentações, os visitantes tiveram a oportunidade de experimentar os jogos, e conversar com os criadores. Não deixe de assistir ao vídeo para ver algumas entrevistas com os mesmos.
Logo todos foram chamados de volta para aclamar a decisão do juri, que ficou da seguinte forma:
1º Lugar: Talbot's Odyssey, que ganharam um Xbox 360 cada.
2º Lugar: Penumbra e o Castelo das Sombras, que ganhou um Nintendo Wii
3º Lugar: Esfera Mestre, que ganhou um Zeebo.
Acompanhe abaixo a matéria gravada no dia:
E com isso nós saímos satisfeitos em saber que até mesmo os pequenos grupos indies de desenvolvimento de jogos eletrônicos brasileiros conseguem produzir algo tão excelente quanto foi mostrado no eGames 2010. Esperamos que todos os trabalhos apresentados consigam evoluir e ganhar cada vez mais espaço.
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Ajude a trazer o mestre Miyamoto para o GameWorld 2011!

